Os dados foram revelados segunda-feira, 6 de Setembro, na província do Bengo, pelo técnico do Instituto Nacional de Educação Especial, Lucas Luciano, na abertura das primeiras jornadas nacionais sobre a surdez que decorre sob o lema "sem ouvir, nossas mãos vencem o silêncio e fazem a comunicação''.  

Explicou que a educação de crianças e alunos com deficiência auditiva é muito dispendiosa, complexa e existem poucos especialistas experientes, pois trata-se de educar pessoas que usam uma língua que não é comum, o que impõe a necessidade de aprendê-la primeiro para em seguida se ensinar.

Nesta altura, no país, estão controlados 134 intérpretes bilaterais de língua gestual. Para o efeito, o Instituto Nacional de Educação Especial realizou 39 formações pedagógicas sobre a língua gestual.

Lucas Luciano informou que no ano lectivo 2020/2021 frequentaram aulas no ensino superior 49 estudantes com deficiência auditiva, 17 dos quais finalizaram a formação.

Por sua vez, o chefe do departamento de intervenção intersectorial do Instituto Nacional de Educação Especial, Paulo João, avançou que entre as pessoas com deficiências sem comprometimento intelectual, os surdos são os que apresentam mais dificuldades no acesso ao currículo, devido a existência de barreiras na comunicação.

Sublinhou ser importante criar as condições materiais e humanas, potencializando as escolas com professores qualificados e meios técnicos apropriados para que haja uma educação inclusiva de facto.

As primeiras jornadas nacionais sobre a surdez visam promover os direitos e a inclusão socioeducativa das pessoas com deficiência auditiva.

Mobilizar as autoridades para planificar acções de sensibilização sobre a atenção educativa, difundir as informações sobre os avanços e desafios na inclusão escolar, assim como sensibilizar os pais e encarregados de educação e comunidade escolar em relação aos direitos das crianças com deficiências são alguns dos objectivos das jornadas.

O Dia internacional do surdo é comemorado no último domingo do mês de Setembro.

Segundo uma estimativa da OMS, cerca de 466 milhões de pessoas no mundo convivem com problemas auditivos, representando 6,1 por cento da população mundial.