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Província
27 Abril de 2022 | 10h04

Bengo comemora 42 anos de olhos no desenvolvimento

Caxito ganha nova imagem com a implementação dos projectos do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).

A província do Bengo comemora, nesta terça-feira, 26 de Abril, 42 anos, desde a sua ascensão ao estatuto de província.

A mais jovem província de Angola  foi elevada a essa categoria por força da lei nº 3/80, deixando de ser parte integrante da capital angolana, Luanda.

Apesar dos constrangimentos e da paralisação em 2014 das obras inseridas no Projecto de Desenvolvimento das  Infra-estruturas Integradas de Caxito, a província desponta com uma nova imagem, tornando-se,   aos poucos, num lugar mais aprazível para se viver.

O projecto foi retomado, abarca a maior fatia do PIIM, e está ser implementado numa área de 91 hectares para beneficiar 14 mil habitantes.

No entanto, apesar das obras ainda em curso,   nota-se uma cidade mais bonita e acolhedora, com ruas asfaltadas, redes técnicas montadas, passeios e lancis, além de uma  bacia de retenção em construção. Trata-se de acções que estão a dar um novo rosto à essa região.

Para conferir maior dignidade à população, está em construção a Centralidade do Bucula, no município do Dande,  projectada  para mil apartamentos, prevendo-se que as primeiras 100 residências comecem a ser comercializadas em Julho próximo.

Em construção  está  também o novo hospital geral do Bengo, erguido num espaço de cinco hectares, numa área de 15.000 metros quadrados.

A nova unidade hospitalar vai contar com áreas administrativas e técnica, uma unidade de cuidados intensivos, laboratórios, centro cirúrgico, salas de maternidade, serviços de urgências entre outras especialidades.

Em carteira está o projecto (privado) de construção da cidade de Caxito (numa área de mil hectares) e as  infra-estruturas  do novo centro político administrativo das Mabubas (numa área de 300 hectares).

Igualmente em carteira estão a circular de Caxito (numa extensão de 23 quilómetros), as infra-estruturas do Panguila, a conclusão da obra de 38,5 quilómetros da estrada nacional 312 (estrada do Nambuangongo) e o alargamento da estrada nacional 100.

Completa a lista de projectos em carteira, a continuação da requalificação da cidade de Caxito, que constitui uma das prioridades do governo provincial.

Nos últimos cinco anos, apesar dos exíguos orçamentos, a província realizou algumas  intervenções pontuais  que  culminaram com a asfaltagem, terraplanagem  e  abertura de algumas vias, furos de água e o melhoramento de alguns troços.

Apesar destes passos, muito ainda há por fazer, pois a região carece   de  investimentos em vários domínios, com destaque para as infra-estruturas, o que faria com que os habitantes da região deixassem de se deslocar as províncias vizinhas em buscam dos diferentes serviços.

Uma das franjas mais representativas da província do Bengo é a da juventude que sente a falta de entretenimento, o que continua  a ser um importante desafio para  o governo local e o sector privado.

Caracterizada por um clima semi-árido quente e tropical de savana, a região tem uma população estimada em 497.721 habitantes e uma área geográfica de 31 mil e 371 quilómetros quadrados.

É nesta pequena urbe onde a implementação do PIIM  aumentou o número de escolas,   postos e centros de saúde, hospitais, a iluminação pública, melhorou a distribuição de  água, entre outras acções.

A província conta com 118 projectos  inscritos,   dos quais 53 concluídos. Destes, 21 referem-se ao  sector da educação, 10 ao da saúde, 5 ao subsector da energia, 5 ao das águas,   2 ligados às infra-estruturas, 6 a meios e equipamentos, 1 edifício  administrativo  e  5 ao  sector da habitação.

Os projectos estão com uma execução física na ordem de 48,69 percentuais e financeira de 46,22 por cento.

Foram beneficiados  300 mil habitantes e criados mais de mil e 380 postos de trabalho directos.

Terra de oportunidades, devido  ao potencial agrícola, recursos hídricos, solos férteis, áreas florestais vastas  e madeira de alta qualidade, o Bengo, outrora detentor  da  produção de cana-de-açúcar,  hoje tornou-se  no maior produtor de banana a nível do país.

A par da banana que já constitui o "cartão postal” da cidade, a região oferece também o milho, a batata-doce, a mandioca, hortícolas, o feijão, o amendoim, citrinos, entre outros produtos.

No leque das suas potencialidades está o cultivo do palmar, a soja, o algodão, a cana-sacarina, o ananás e o girassol,   podendo encontrar-se na  vertente de minerais  o burgau, a areia, o calcário, a argila, a rocha asfáltica, o ouro, o gnaisse, feldspato, o quartzo.

Em termos históricos,   a província conta com monumentos e sítios, com destaque para a fortaleza do Ambriz, a Antiga Câmara municipal, a Casa do Escravo, a Igreja de São José e a Zona histórica, igreja católica  da nossa Senhora Santana (Padroeira de Caxito), edifício do Chalé.

Entre os vários encantos turísticos, destacam-se o Açude, a praia da Pambala e as falésias da barra do Dande.

É no município do Dande, precisamente na localidade do Sassa Povoação, onde reside a estátua do Jacaré Bangão, símbolo mítico da cultura da província.

42 Anos de história

Reza a história que os primeiros portugueses chegaram a  esta região, na altura denominada Alto Dande, por volta do ano 1932, devido a situação geográfica da localidade.

Ao navegarem o oceano Atlântico chegaram ao Alto Dande, seguindo posteriormente para a barra do Dande e a foz do rio Dande.

Ao chegarem na localidade da Kinjanda, fixaram-se e  criaram um acampamento que passou a servir de ponto de partida e chegada de pessoas de várias origens para prestarem serviço na fazenda Tentativa, a grande produtora de cana-de-açúcar.

Aqui, construíram um porto de embarque e desembarque de escravos "Porto dos Condenados”, onde eram colocadas as pessoas que vinham do sul para o norte como contratadas.

Construíram outros acampamentos -  o Paranho, Santana, Vale do Verde, Boavista, Açucareira e Murima.

Por volta de 1939, segundo alguns mais velhos da região, começou a ser construída a indústria transformadora (companhia de Açúcar de Angola) e em 1956 começaram a ser erguidos os armazéns na vila da Açucareira.

Considerada um "monstro” em termos de largura e comprimento, a plantação da cana- de-açúcar, maior riqueza da região na época, tinha uma extensão de cerca de 22 quilómetros e partia do Sassa Povoação até o Porto Kipiri.

Para além da plantação, a vila já tinha uma companhia de cerâmica, uma fábrica de elástico, uma escola missionária, um hotel, um machimbombo e um comboio que fazia o transporte da produção.

Alguns mais velhos da região contaram que a expressão "ka xitu” está ligada ao facto  dos portugueses encontrarem alguns nativos a fazer a sua refeição, tendo estes perguntado o que comiam, "ka xitu” foi resposta (um pedaço de carne).

A vila, hoje província do Bengo, tinha apenas uma rua que servia de entrada e saída de pessoas que saiam de Luanda em direcção a outras províncias.

Situada na região centro-norte de Angola, a província do Bengo tem como capital a cidade de Caxito, sendo integrada pelos municípios do Ambriz, Dande, Dembos, Pango Aluquém, Bula Atumba e Nambuangongo.

ANGOP



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